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Sarcoidose

A sarcoidose é uma doença autoimune. Uma doença autoimune é uma doença que, devido mau funcionamento do sistema imunológico, leva o corpo a atacar-se a si próprio, e aos seus próprios tecidos, em vez de lutar contra agentes patogénicos.
 

A sarcoidose é uma doença caracterizada pelo crescimento anormal de pequenos aglomerados de células inflamatórias em qualquer parte do corpo, provocando a inflamação dos órgãos afetados, podendo afetar a sua funcionalidade. É uma doença que se desenvolve tendencialmente em pessoas entre os 20 a 40 anos, com maior frequência naqueles com ascendência escandinava e afro-americana. É uma doença que afeta vários órgãos, mas mais frequentemente os pulmões, levando as pessoas com esta doença a desenvolverem tosse e dificuldades em respirar, contudo, podem apresentar muitos outros sintomas consoante os órgãos que forem afetados. É uma doença que normalmente passa sem que sejam necessários quaisquer tratamentos, ou seja, simplesmente com o passar do tempo, os sintomas e a doença vão desaparecendo, no entanto, quando tal não acontece, o tratamento passa pelo consumo de corticosteroides.

Apesar de se saber muito sobre esta doença, o que a origina é ainda desconhecido; a sarcoidose pode tanto resultar de uma simples infeção, como de uma resposta anormal do sistema imunológico à presença de substâncias encontradas no ambiente, como o bolor.

História da sarcoidose:

 

A sarcoidose foi descoberta pela primeira vez em 1877 pelo dermatologista Jonathan Hutchinson, como uma doença que originava «erupções» avermelhadas na cara, nos braços e nas mãos, porém como não houve grandes investigações sobre a mesma, o estudo perdeu credibilidade. “Em 1902, e nos anos seguintes, foram sendo relatados atrofiamentos nos ossos, pulmões e olhos (…). No entanto, só muitos anos mais tarde, em 1958, é que foi realizada a primeira conferência internacional sobre a sarcoidose.»

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Causas:

 

Como referido anteriormente, a causa exata da sarcoidose não é conhecida, no entanto acredita-se que os aglomerados de células se acumulem quando o sistema imunitário começa a atacar os seus próprios tecidos órgãos. A inflamação resultante deste ataque faz com que os granulomas, pequenos nódulos inflamatórios, se desenvolvam nos diferentes órgãos.

Apesar de todas as pessoas poderem ter esta doença, existem alguns fatores que podem levar mais facilmente ao seu desencadeamento; são estes:

  • a idade; (20-40 anos)

  • sexo feminino: têm maior tendência para desenvolver esta doença;

  • raça e etnia: têm maior tendência em pessoas com ascendência escandinávia e afro-americana

  • hereditariedade genética

Diagnóstico:

 

A doença pode ser detetada através de duas maneiras:

 

  • através de uma imagem do tórax

  • biópsia

A maioria dos médicos, havendo sinais de que exista sarcoidose, utilizam radiografias torácicas ou tomografias computadorizadas para diagnosticarem esta doença. Existem também exames adicionais para o diagnóstico da sarcoidose, tais como a realização de exames microscópicos de uma amostra de tecido afetado, para detetar a inflamação e os granulomas. Outro exame frequentemente realizado aquando de suspeitas de sarcoidose, é broncoscopia. Este exame consiste numa biópsia, guiada por ultrassons, e tem uma precisão de 90%, e é mais adequado para os casos em que os pulmões estão envolvidos.

Sintomas:

 

A sarcoidose afeta principalmente os pulmões, ainda que possa afetar vários outros órgãos. Ainda não são conhecidas as causas da sarcoidose, no entanto, mais uma vez, sendo uma doença autoimune, pensa-se que «pode resultar de uma infeção ou de uma resposta anormal do sistema imunológico a uma substância encontrada no ambiente, como o bolor». Os sintomas normalmente associados à sarcoidose, dependem do órgão «atacado», e podem não se manifestar numa fase inicial. Estes sintomas podem desenvolver-se gradualmente durante vários anos, ou surgir de repente e desaparecer de forma igualmente rápida.

Apesar de cada órgão reagir de maneira diferente ao ser afetado, existem sintomas gerais, que são sempre sentidos. Os sintomas que são sempre sentidos, são uma fadiga enorme, edemas (inchaços) dos gânglios linfáticos, perda de peso, dor e edemas, inchaços, nas articulações. A sarcoidose afeta frequentemente os pulmões, manifestando-se através de tosse seca e persistente, dispneia (falta de ar), sibilância (pieira ao respirar), e dores no peito. Quanto aos problemas sentidos na pele, é frequente haver Erupções cutâneas avermelhadas, geralmente nas pernas ou tornozelos, feridas ou lesões no nariz, bochechas e orelhas, nas áreas da pele mais escuras ou mais claras do que o normal, e ainda nódulos na pele, mais frequentemente, à volta de cicatrizes ou tatuagens. Os sintomas associados à parte ocular, prendem-se com visão turva, dores nos olhos, olhos secos, e sensibilidade à luz. Por último podem ainda ser sentidos sintomas cardiovasculares, que são, sensivelmente, os mesmos que os sintomas gerais, ou seja, aqueles que se sentem sempre, apenas acrescentando arritmias cardíacas.

«Em muitos casos de sarcoidose, a doença aparece durante um breve período e depois desaparece, sem que o doente se aperceba, no entanto, para um pequeno número de pessoas, a sarcoidose é crónica e pode provocar a deterioração de algum órgão afetado. Nestes casos, a sarcoidose pode provocar consequências graves e que se podem verificar a longo prazo».

  • Pulmões: a sarcoidose pulmonar não tratada pode originar cicatrizes permanentes nos pulmões (fibrose pulmonar), dificultando a respiração, podendo também provocar hipertensão pulmonar.

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  • Olhos: A inflamação pode afetar praticamente qualquer parte do olho e pode causar danos à retina, podendo também, eventualmente, causar cegueira;

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Afonso Amante e Vicente Calvão

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